CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E APRENDIZAGEM
Como entendemos a interação das crianças?
Deixar que as crianças ocupem um determinado espaço é suficiente para
que as interações e as aprendizagens ocorram?
As crianças
estão tendo oportunidade de explorar o ambiente, de levantar hipóteses, de
trocar informações e de construir conhecimentos?
Como garantir a espontaneidade das crianças e não confundi-la com
práticas improvisadas, sem intencionalidade?
AMBIENTES
Os espaços utilizados pelas crianças são atraentes e contam com
materiais que possibilitam à criança explorar o entorno, interagir com
diferentes parceiros, dispor de momentos de privacidade?
O ambiente é confortável na nossa Unidade Educacional?
As situações que o professor oportuniza são desafiadoras?
Todas as crianças estão envolvidas na mesma atividade todo o tempo ou
há momentos para atividades diversificadas?
São organizadas filas? Para quê? Por quê? Quanto tempo elas duram?
São consideradas momentos de organização dos grupos ou de restrição?
As crianças são estimuladas a comerem sozinhas? Elas podem se servir
do alimento?
As crianças brincam com frequência? De quê? Com quais materiais elas
brincam?
O pátio ou outro espaço externo é usado com frequência? Para que tipo
de atividade?
Planejar o currículo vivido na Educação Infantil
Que se faz ouvindo as crianças (com seus saberes e
motivos, aqui incluindo também os bebês que são “ouvidos” de modo próprio) e
também os pais - envolve prever condições para a ocorrência de situações de
exploração que ofereçam à criança condições para que ela se construa como
sujeito que se emociona, pensa, imagina, fabrica coisas. Tais situações podem
envolver momentos coletivos em que todas as crianças participem da mesma
vivência, momentos de trabalho diversificado realizado por grupos que as elegem
segundo seus motivos e condições pessoais, e também momentos em que a
privacidade de cada criança seja garantida e ela possa apenas relaxar, ou
imaginar, ou explorar o entorno.
Nas interações criadas nesses momentos, as crianças põem à prova
seus saberes ou significações e podem ampliá-los. No entanto, é preciso lembrar que agrupar as crianças em um
mesmo espaço não garante a qualidade das interações infantis. Essas são mais
prolongadas, interessantes, criativas e criadoras de novas formas de agir,
quando o professor organiza as vivências propostas, os tempos, os
espaços/ ambientes e disponibiliza materiais diversos. Todos esses elementos servirão
como recursos para as crianças agirem e aprenderem.
A oferta de materiais variados e sempre acessíveis às crianças e
a organização de ambientes de forma confortável e orientadora das ações
infantis favorecem o desenvolvimento da autonomia nas suas escolhas e a
participação delas em várias atividades em um mesmo dia.
A noção de “ambiente”, contudo, extrapola os muros do Escola. O
espaço físico dessas unidades educacionais não se resume apenas a sua metragem,
insolação, topografia, mas ele precisa tornar-se um ambiente, isto é, ambientar
as crianças e os adultos procurando atender suas necessidades e exigências nos momentos
programados ou imprevistos, individuais ou coletivos.
O ambiente, inclusive, pode estender- se à rua, ao bairro e à
cidade. Constitui assim uma variável decisiva da proposta pedagógica e um
elemento fundamental na realização do projeto pedagógico da unidade
educacional,
devendo ser continuamente planejado e reorganizado por todos que
nela atuam direta ou indiretamente.
A arquiteta brasileira Mayumi Sousa Lima, que trouxe importantes
contribuições ao estudo dos ambientes escolares, apontou-nos que: “não existem
espaços vazios de significados... O espaço físico isolado do ambiente só existe
na cabeça dos adultos para medi-lo, para vendê-lo, para guardá-lo. Para a
criança existe o espaço-alegria, o espaço-medo, o espaço-proteção, o
espaço-mistério, o espaço-descoberta, enfim, os espaços de liberdade ou de
opressão”.
(SOUSA LIMA, 1989, p.30)
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